Almoço Empresarial valoriza méritos do empreendedor brasileiro e aponta desafios da gestão

Evento da CIC Teutônia ocorreu nesta sexta-feira e reuniu cerca de 90 pessoas
 
“A gestão de empresas, hoje, depende muito mais do futuro do que do passado. Temos que fazer essa reflexão. Acredito muito em estratégia, nada do que fazemos, especialmente em gestão, deve ser por intuição.” As palavras são do administrador Paulo Pereira, sócio fundador da empresa Bestway Logistic Services Assessoria e Consultoria Comercial, que palestrou sobre “Gestão empresarial e os desafios do nosso tempo” na quinta edição do Almoço Empresarial da CIC Teutônia, realizada nesta sexta-feira (30). O evento ocorreu no Auditório 03 da entidade e reuniu cerca de 90 pessoas.
“O tema gestão é extremamente importante, em qualquer tempo. E nisso também está a essencial inovação”, frisou o presidente da CIC, Renato Lauro Scheffler, na abertura do evento.
Indicadores
Pereira trouxe uma série de indicadores econômicos e falou de cenários para a economia brasileira: índice de inflação (IPCA), que passou de 3,81% no início do ano para 4,22% em 19 de agosto; cotação do Dólar (Câmbio), de R$ 5,00 para R$ 5,31; taxa de juros básica (Selic), de 9% para 10,5%; e crescimento econômico (PIB), de 1,6% para 2,23%.
“Os desafios da gestão estão implícitos em cada um desses indicadores. Há 70 anos o Brasil olha um PIB medíocre. A China, que tinha PIB menor que o Brasil, em 30 anos multiplicou esse número por dez. Ou seja, os brasileiros convivem, há duas gerações, com esse desempenho”, disse.
Ele sugeriu que os empresários olhem a economia no longo prazo, mas sem esquecer o que deve ser feito. “Qual é o planejamento? Muitas informações chegam e, por vezes, fazem o empreendedor tomar decisões que criam dificuldade de investimento, que mudam situações na empresa que, por vezes, não poderiam mudar”, alertou, citando como dificuldade a contratação de mão de obra. “Não há gente para ser admitida. Os que existem, não estão preparados no padrão que precisamos. Vamos viver a crise da falta de mão de obra. Então, ou investimos, rápido, e treinamos pessoas, ou ficamos olhando e dizendo que a economia está mal. Como é difícil a gestão e ser empreendedor no nosso Brasil. Ainda somos o único país do mundo achando que os jovens vão pagar a aposentadoria dos mais velhos, o atual modelo não se sustenta, e não interessa governo A, B ou C”, mencionou como exemplo, sugerindo a substituição da previdência social pelo modelo de capitalização.
Planejamento
Pereira foi enfático: é preciso um plano para o país. “É neste cenário que temos que ‘tocar’ nossas empresas. Precisamos refletir sobre tudo isso e fazer a lição de casa na hora certa. O empreendedor não pode perder o foco, suas próprias ações é que definirão os seus próprios resultados, num ambiente que se transforma em velocidade incrível. A próxima geração será sempre um pouco mais rápida, um pouco mais sofisticada, um pouco mais madura. E vamos viver em nossas empresas com esta geração Z, as ferramentas de gestão precisam acompanhar tudo isso em termos de indicadores. Viva o empreendedor brasileiro, é ele quem move o país”, concluiu, trazendo algumas dicas de leitura sobre a pauta.
Os Almoços Empresariais da CIC Teutônia contam com o patrocínio de Certel, Colégio Teutônia, Dinda Card, Fabricato Pré Moldados, Reinigend, Sicredi, Zart Supermercados e Univates, com o apoio de Grupo Popular.
TEXTO – Leandro Augusto Hamester
PUBLICADO EM: 2 de setembro de 2024