Reconstrução é foco de painel com parlamentares, ex-governador e prefeito

Atividade reuniu políticos e líderes da FEDERASUL durante o 20º Congresso da entidade, na Serra Gaúcha

Com o tema “Convergências nas Políticas Públicas para o resgate através do empreendedorismo”, um painel reuniu os deputados federais Pedro Westphalen e Osmar Terra, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, o ex-governador do RS Germano Rigotto, o presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, e os vice-presidente de Integração e de Infraestrutura da entidade, Rafael Goelzer e Antonio Carlos Bacchieri. O secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, representando o governador Eduardo Leite, fez uma fala antes do painel.

Em um discurso oficial antes do painel, o presidente da FEDERASUL saudou o sucesso do evento, com foco na Reconstrução do RS. “Estamos aqui com essa casa lotada, com lista de espera, com grande orgulho, da nossa capacidade de seguir em frente. Nós vamos fazer, vamos pra frente, vamos dar exemplo, não vamos parar” afirmou.

Para Costa, é momento de reafirmar “valores e princípios” que “movem o RS”. Para isso, lembrou dos ícones da Revolução Farroupilha, como Bento Gonçalves, que serviu de inspiração para o nome da cidade onde o evento ocorreu. “São pessoas que lutaram pelo aquilo que acreditavam, que enfrentaram tempos difíceis e sempre seguiram lutando e conseguiram uma república no lugar de um império”, afirmou.

Ele também criticou firmemente a insuficiência dos recursos do governo federal. “A mão estendida do povo brasileiro não é a mesma do governo federal. Ele está resolvendo o problema dele, com uma narrativa”, disse o presidente da FEDERASUL.

Insuficiência

Semelhante à posição do presidente Rodrigo Sousa Costa, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira, criticou a atuação do governo federal para ajudar o RS no pós-calamidade. “O nosso governo já perdoou dívidas de outros países por questões humanitárias. Se o que vivemos não é o suficiente para que o governo federal nos ajude, eu não consigo imaginar o que tem que acontecer em algum estado”, declarou.

Já o deputado federal Pedro Westphalen, defendeu que medidas semelhantes às que ocorreram durante a pandemia sejam feitas pelo governo federal. “O que precisamos é de dinheiro, algo que já foi feito em todo o Brasil, ninguém passou trabalho, não faltou dinheiro para a saúde. Ele também criticou o governo federal.

“Estamos feridos de morte, estamos na UTI e precisamos da mão estendida do governo federal, que está perdido, com narrativas”, afirmou o parlamentar, que também elogiou a atuação da entidade. “A luta da FEDERASUL vem balizando nossas discussões em Brasília”.

Auxílio a fundo perdido

O deputado federal Osmar Terra não fugiu da sequência de críticas ao governo federal. Ele acredita que a existência do Ministério Extraordinário para Reconstrução do RS não é necessária. “Criar um ministério para ficar dizendo coisas a fiado?”, criticou o parlamentar, que acrescentou que “precisamos de menos campanha política e mais resultados para o povo do estado do Rio Grande do Sul”.

O vice-presidente de Integração da FEDERASUL, Rafael Goelzer elevou o tom das críticas às decisões do Palácio do Planalto, principalmente com a “narrativa” dos valores que estão sendo anunciados. Segundo ele, trata-se de “falta de honestidade, essa má fé”. “Nós precisamos de valores a fundo perdido para a reconstrução dessas cidades afetadas. As ações do governo federal devem ser equivalentes ao tamanho dessa catástrofe que estamos vivendo”, afirmou Goelzer.

Ações

O vice-presidente de Integração da FEDERASUL defendeu que os parlamentares e lideranças empresariais combatam essa “narrativa” agindo diretamente. “Precisamos que nossos deputados levem isso ao Congresso Nacional e precisamos de cada um de vocês, senhoras e senhores. Vão às rádios, vão aos jornais de seus municípios e tragam a verdade”, apelou Goelzer.

Já o vice-presidente de Infraestrutura da FEDERASUL, Antonio Carlos Bacchieri, foi direto em defender que “a obra prioritária para a reconstrução é a do aeroporto do Salgado Filho”. A liderança da entidade explicou que parte da economia do RS passa pelo aeroporto, com destaque para o turismo. Ele também demonstrou o anseio para que saia do Congresso uma posição firme para esta prioridade.

Participação especial

Inicialmente não listado como um dos painelistas, o ex-governador do RS, Germano Rigotto, foi convidado pela FEDERASUL para se sentar junto com os outros convidados. Ele saudou a realização e sucesso do evento e deu uma prévia de sua palestra, que se realizou depois do evento.

Governo do Estado

Antes do evento, o secretário de Desenvolvimento Econômico e representante do governador no evento, Ernani Polo, reconheceu o “momento desafiador” que o Estado passa e elogiou a realização do Congresso. “A reconstrução passa por ações que envolvem as prefeituras, o estado, a união e a sociedade civil organizada”, afirmou. Ele também salientou a importância das federações e da iniciativa privada nesse contexto. “A reconstrução é um desafio longo que seguramente vai passar por mais de um governo. A iniciativa privada é essencial para mantermos o rumo. Nós vamos nos reerguer”, afirmou Polo.

PUBLICADO EM: 28 de junho de 2024