“Novas receitas para o Rio Grande do Sul” foi o tema do evento da FEDERASUL
O Tá na Mesa desta quarta-feira (24) revelou as potencialidades de investimento para o Rio Grande do Sul nos próximos anos. Dois empresários e especialistas falaram sobre logística e energia, mostrando o cenário futuro destes dois setores cujo potencial de investimentos equivale, a longo prazo, a mais de R$ 1 trilhão. Vários cenários para o RS e seus investimentos foram apresentados pelo diretor comercial da Wilson Sons, Rodrigo Velho (que falou sobre o hub port), e o diretor de eólicas do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (SINDIENERGIA-RS), Guilherme Sari.
O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, iniciou o evento lembrando que o empreendedorismo deixa sua marca quando é traduzido como crescimento e retorno em termos de recolhimento de impostos, o ponto de defesa da entidade na questão contrária ao aumento de impostos.
A FEDERASUL, que divulgou uma lista de 31 deputados contrários ao aumento de impostos no RS, destacou também a diversidade ideológica dos parlamentares que disseram votar contra o aumento do ICMS proposto pelo governador Eduardo Leite. Alguns deles, presentes no evento. “Deputados de direita e esquerda sentados na mesma mesa. Esse debate elevado é em cima de convicções, não interesses”, afirmou o presidente. Ele também ressaltou a importância do bom senso no debate. “Manter nossas posições de forma respeitosa, isso nos orgulha muito”, ressaltou Costa.
R$ 40 bilhões
O diretor de eólicas do SINDIENERGIA-RS, Guilherme Sari, forneceu perspectivas sobre o setor energético, com destaque para a matriz eólica. Segundo ele, a perspectiva é que cerca de 55 projetos de instalação de turbinas espalhados pelo RS movimentarão cerca de R$ 40 bilhões a partir de 2026, em um “espaço de seis a sete anos”. “Nosso grande objetivo é sermos auto sustentáveis”, explicou.
Sari explicou que o RS ainda importa cerca de 30% da energia que consome, mas que, com os investimentos previstos, deve atingir a autossuficiência até 2030. Para isso, ele destacou a chegada da empresa alemã Nordex ao Estado.
Recuperação
Já o diretor comercial da Wilson Sons, Rodrigo Velho, explicou a atuação da empresa especializada em logística portuária no RS. Para ele, há uma recuperação expressiva no setor, após a pandemia, em torno de 20% em 2023, fato que pode ser comprovado pela agenda de idas e vindas das embarcações.
Questionado por jornalistas sobre os efeitos de conflitos globais no movimento dos portos, Velho explicou que o assunto é mais complexo. “Claro que isso afeta o comércio internacional, mas é muito variável”, explicou.
Destaque
O diretor comercial da Wilson Sons também afirmou a importância que o Porto de Rio Grande vem tendo para a indústria gaúcha, inclusive frente a portos da Argentina e do Uruguai. Esse destaque, explicou o especialista, a partir dos investimentos da empresa para transformar o porto gaúcho em um Hub Port – porto concentrador de cargas e linhas.
“Cargas do setor automotivo argentino vão passar por Rio Grande. O mercado gaúcho ganha. Esse serviço vai ter maior confiabilidade e menores atrasos no sistema (portuário)”, explicou. Segundo ele, essa importância e aumento de competitividade do porto de Rio Grande também se explica por problemas sofridos pelos argentinos. “Estamos surfando em uma onda de restrição em Buenos Aires”, falou. O porto do país vizinho passa por diminuição da navegabilidade devido ao assoreamento, inviável tecnicamente e também financeiramente, em função da situação econômica dos vizinhos.