Número equivalente aos empregos ocorridos neste ano e que poderão ser eliminados com a decisão do Congresso, disse a relatora, deputada Any Ortiz
A deputada Any Ortiz, relatora do projeto do governo na Câmara Federal que pretende vetar a continuidade da desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores da indústria nacional disse nesta quarta, 06, no Tá na Mesa da FEDRASUL que a decisão vai gerar mais de um milhão de demissões no País. Para a parlamentar, a medida, que deverá ser votada na Câmara até a próxima semana, representa um grande equívoco econômico e político do presidente da República. “É uma irresponsabilidade com as famílias brasileiras e também com os empreendedores. A medida impacta diretamente no custo de vida pois vai aumentar a inflação. Vai contra a histórica defesa do presidente Lula de promover a geração de emprego e renda”, afirmou.
Os impactos sociais no emprego e renda pelo fim da desoneração da folha foi o tema da reunião almoço de hoje que reuniu ainda o conselheiro do Conselho Deliberativo da Abicalçados, José Paulo Boelter, o presidente do Setcergs, Sérgio Gabardo, e o vice-presidente do Sinduscon, Ricardo Michelon (além da relatora o projeto). Ao abrir o evento, o presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa disse que esse é mais um momento difícil para a classe produtiva brasileira que já está tendo que administrar as consequências da aprovação da reforma tributária e de um possível aumento de ICMS no Estado. “A desoneração da folha vai aumentar a carga tributária das empresas que não terão como absorver esses impostos e provocar um efeito cascata de aumentos em bens e serviços que serão sentidos por todos”, explicou.
Em sua manifestação, o presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados, José Paulo Boelter, disse que o setor quer arrecadar mais, mas não através do aumento de alíquotas. “Desejamos aumentar o faturamento e promover o progresso, mas para crescer as empresas precisam de incentivos”, argumentou ao acrescentar que o aumento da carga tributária será necessariamente repassado aos preços. Para o empresário a decisão do governo está equivocada e é antissocial.
Lembrando que o Brasil é um País basicamente rodoviário, o presidente do Setcergs, Sérgio Gabardo, antecipou que o aumento de despesas do setor terá que obrigatoriamente ser repassado e que as consequências dessa elevação serão sentidas em todos os segmentos que utilizam o transporte rodoviário em sua produção.
Já o vice-presidente do Sinduscon, Ricardo Michelon entende que a decisão do governo é um desestímulo ao emprego formal pois afetará diretamente na contratação de funcionários na medida em que provocará uma desaceleração da economia. Ele entende que a decisão vai aumentar a informalidade no país.
A deputada Any Ortiz acredita que será possível obter os votos necessários para a derrubada do veto governamental. Ela defendeu também a prorrogação da desoneração da folha por mais quatro anos enquanto se discute alternativas que possam melhorar o ambiente econômico do país. “Precisamos tentar impedir o impacto negativo que a medida vai gerar sobre o setor produtivo, eliminando não somente vagas de trabalho mas também afetando a competitividade das empresas até porque o impacto não ficará restrito aos setores atingidos mas toda a economia”.
Posse do Conselho Superior
No início do Tá na Mesa, a FEDERASUL empossou os novos membros do Conselho Superior da entidade para a gestão 2024/2025. A renovação foi de um terço dos conselheiros eletivos.
ALDAIR JOÃO BASOTTI, ALEXANDRE GADRET, ANA LÚCIA DOS SANTOS, ÂNGELA BALDINO, CARLOS ALBERTO MERIGO, CASSIANO SCHEIBE VAILATTI, CÉSAR ANDERLE, CLEUDIR LUIS STURMER, DARCI MARTINS, DORIVAL JOAQUIM PEROZZO, DOUGLAS LUÍS SANTIN, ELMAR CARLOS HADLER, GILDO VIEGAS TAVARES, GILSON BECKER, GIOVANI MÉRCIO JARROS TUMELERO, ÍRIO PIVA, JOCÉLIO NISSEL CUNHA, JOSÉ CARLOS SILVEIRA, JOSÉ PAULO BOELTER, JOSÉ PAULO SOARES MARTINS, JÚLIO CÉSAR BATISTELLA, LUIZ CARLOS STEFANI, MADELEINE ROSSI DE MORAES HILBK, MARCO ANTÔNIO SILVA, MARIA ELENA PEREIRA JOHANNPETER, MAURO TSCHIEDEL, ORENO ARDÊMIO HEINECK, PAULO MIGUEL VASQUES, PAULO ROBERTO TELESCA BERTINETTI, PAULO SÉRGIO PINTO, PEDRO CARRER, RENATA CASAGRANDE GALIOTTO, RENATO LAURI SCHEFFLER, SIEGFRIED KOELLN, SÍLVIA REGINA CANAN, VALDIR MATTOS, VICENTE GEREMIA, VINICIUS PIVA, VITOR DE CONTI e WALTER LÍDIO NUNES.