Não faltam recursos para quem quer inovar

Só no BRDE, como repassador da Finep, são mais de R$ 300 milhões à espera de projetos inovadores que estão em falta

Trezentos e trinta e três milhões de reais estarão à disposição das empresas gaúchas interessadas em utilizar créditos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para investir em projetos de inovação no Rio Grande do Sul, repassados pelo BRDE. Esse valor corresponde a parcela de 33,3% do montante de R$ 1 bilhão que a FINEP vai repassar para o Banco Regional do Extremo Sul. O limite máximo por empresa é de R$ 15 milhões que podem ser financiados em até oito anos, como dois de carência e juros de aproximadamente 7% ao ano (metade da Selic).

As informações foram apresentadas durante o Tá na Mesa da FEDERASUL desta quarta-feira (26) pelo gerente de Operações do BRDE, Paulo André Raffin. Ele foi um dos palestrantes do evento em que também participaram o CEO do Instituto Caldeira, Pedro Valério e o sócio-líder de incentivos fiscais no Brasil da KPMG, Wiliam Calegari de Sousa. Os três foram os convidados da entidade para abordar o tema “Inovação: cenário atual, oportunidades e fontes de financiamento.

Paulo André Raffin informou ainda que o Banco auxilia as empresas interessadas na elaboração e organização de projeto para que seja factível a inovação. ” A empresa que investe em inovação tem produtos mais competitivos e não perde mercado”, explicou.  

“Inovação é assunto estratégico e cativante para empreendedores não somente do Estado, mas de todo Brasil” disse o presidente em exercício da FEDERASUL, Rafael Goelzer. Ele destacou a importância do acesso às informações que muitas vezes asseguram a sustentabilidade econômica dos negócios. “Inovar é ganho de competividade e de qualidade, acrescentou Goelzer. O coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária da FEDERASUL ,Altair Toledo, também participou do debate sobre o tema.

   

“Há mais dinheiro disponível do que é utilizado pelos empreendedores” disse o sócio-líder de incentivos fiscais no Brasil da KPMG. Wiliam Calegari de Sousa afirmou que inovação está atrelada à competitividade e qualidade dos produtos.  Explicou ainda que a simples troca de matéria-prima de um produto pode ser considerada inovação. Lamentou que a insegurança do mercado e o receio de mudanças na legislação por parte do Governo, impedem muitos empreendedores de usar os incentivos fiscais como recurso para investimentos. Disse que de um universo de mais de 150 mil empresas, apenas 3.700 utilizam incentivos fiscais.

Criado para promover a conexão entre empresas, startups, universidades e poder público, gerando um movimento transformador de fomento do ecossistema de tecnologia e inovação, o Instituto Caldeira realizou somente no ano passado, 290 atividades para alavancar empreendimentos. “Promovemos ciclos de capacitação e mentoria, disponibilizando ainda informações que possam conectar empreendedores”, explicou Pedro Valério em sua manifestação. O Instituto Caldeira, segundo o dirigente incentiva processos de inovação e recebe que existe muita desinformação que dificultam a identificação de oportunidades.

PUBLICADO EM: 26 de julho de 2023