Tema do Tá na Mesa, desta quarta (03), revelou os riscos do impasse na demora para a efetivação da privatização da Corsan e o custo na vida dos gaúchos
Em 2021, o Rio Grande do Sul despejou na natureza 445 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento por dia. A falta de saneamento básico impacta diretamente na saúde da população. A prova disso é que oito mil internações hospitalares por contaminação hídricas foram registradas em 2019. O relato foi apresentado pela presidente do Instituto Trata Brasil, durante o Tá na Mesa da FEDERASUL, desta quarta-feira (03), que contou também com a participação do secretário chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Artur Lemos. Luana Pretto disse que a universalização do saneamento básico no Estado pode gerar, até 2033, R$ 34,3 bilhões em benefícios econômicos e sociais. Essa relação indica que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o Estado deve ter ganhos sociais de R$ 5,00, um retorno maior que o esperado.
Ela entende que independentemente de ser público ou privado o serviço precisa ser oferecido à população, especialmente para cumprir as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico que prevê o atendimento de 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos até 2033. Hoje o Rio Grande do Sul está abaixo da média nacional, que é de 55%, realizando coleta de esgoto para apenas 39% da população.
O secretário Artur Lemos justificou a necessidade de privatização dos serviços ao destacar que a situação do saneamento no Rio Grande do Sul não reflete o nível de desenvolvimento econômico do Estado, que está em último lugar no ranking de Competitividade nacional no indicador de custo do saneamento. Explicou que após a realização do leilão para alienação da Corsan, o Estado aguarda a decisão da Justiça que viabilize a assinatura do contrato. “Estamos perdendo tempo, oportunidades e dinheiro com essa demora para alcançarmos a universalização do acesso. A falta de investimentos leva ainda à precarização dos serviços”, justificou o secretário.
O debate foi coordenado pelo presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, que afirmou que saneamento básico é uma questão de qualidade de vida e saúde pública e que é inadmissível que de 70% do mais esgoto não seja tratado no Estado. Também participou do debate, convidado pelo presidente Rodrigo, o vice-presidente da entidade, Paulo Uebel, um especialista no tema.
Homenagem
O Tá na Mesa desta quarta-feira homenageou os 90 anos do Jornal do Comércio com a entrega de uma placa alusiva à data ao diretor-presidente da empresa. Ao agradecer, Mércio Tumelero disse que o Jornal mantém uma convivência fraternal com a entidade e que sempre defendeu a livre iniciativa e a economia de mercado