Disse o presidente da FEDERASUL, , afirmando que os gaúchos podem demonstrar o caminho da superação das divergências para o País
Um novo recomeço, lastreado pelas difíceis experiências (pandemia, guerras e polarizações), está ganhando impulso pelo espírito público – a bandeira que o novo presidente da FEDERASUL Rodrigo Sousa Costa, Rodrigo Sousa Costa, vai erguer na sua gestão que iniciou em janeiro e encerra em dezembro de 2024. “Não há mais espaço para omissão, privilégios para poucos e para o corporativismo”, destacou em seu discurso, na posse festiva, realizada nesta terça (07), na Casa NTX. Ele disse ainda que “os gaúchos abriram espaço para demonstrar, por exemplo, o caminho da superação das divergências para outros atores nacionais em nosso Brasil”.
Reconheceu que o Rio Grande do Sul, após décadas cultivando beligerâncias com oposições que assumiam estratégias de terra arrasada no pós-eleição, “conseguiu finalmente superar este movimento pelas próprias ferramentas de uma democracia que amadureceu pelo sofrimento, por ter chegado a um fundo de poço de ausência do Estado”.
Chamou a atenção para a responsabilidade das lideranças públicas e privadas de integrar o ativo histórico de seriedade das instituições gaúchas. Ele lembrou que “com o capital social de uma sociedade civil organizada que assumiu seu papel também como protagonista das mudanças, não há mais espaço para retrocessos”.
Depois de falar sobre a importância do associativismo (“que nos trouxe até aqui”), Rodrigo Sousa Costa enfatizou a missão que precisa ser cumprida: “continuar demonstrando que uma democracia madura tem que ser capaz de entregar resultados concretos pelo diálogo honesto”.
Explicou que o conceito de representatividade avança e evolui com credibilidade no RS porque através das 180 filiadas a FEDERASUL consegue dar voz aos seus representados. Tudo por conta do processo de participação democrática, com cada associado. “Eles têm condições de influenciar nas decisões da FEDERASUL, simplesmente pelo conteúdo de suas ideias, pelo peso de seus argumentos”, destacou.
O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto, parabenizou Rodrigo Sousa Costa pela posse como presidente da FEDERASUL. Ao desejar sucesso e boa sorte em sua gestão, elogiou a postura do novo presidente em defesa empreendedorismo. Disse que os empresários precisam de uma voz como sua. “Tenho certeza de que Rodrigo deixará um grande legado para o Rio Grande do Sul”, finalizou.
Presidente da Assembleia Legislativa do RS Vilmar Zanchin elogiou o grande time que integra a nova diretoria da entidade. “Estou aqui para aplaudir a nova diretoria que tenho certeza, que dará continuidade a caminhada de sucesso dessa entidade quase centenária que muito contribui para o desenvolvimento das cidades gaúchas”. Disse ainda que ao atuar de forma associativa a FEDERASUL está conectada com o presente e olhando para o futuro atenta as novidades que podem contribuir para impulsionar o desenvolvimento do Estado. Assegurou ainda que a Assembleia Legislativa está de porta abertas para receber as demandas dos empreendedores gaúchos.
Em sua manifestação, o vice-governador do Estado, Gabriel Souza, disse que a FEDERASUL ajudou a construir o Rio Grande do Sul e que tem se caracterizado ao longo dos anos como grande parceira dos Governos na busca de soluções que promovam o desenvolvimento do Estado. Ao referir a reeleição do atual governo, defendeu um Estado necessário para servir a sociedade.
Disse que a continuidade da gestão dá estabilidade e previsibilidade no trato da coisa pública. Garantiu que todas as reformas já implantadas no primeiro mandato e que terão continuidade na nova gestão visam o saneamento das contas públicas. Entretanto garante que o Rio Grande do Sul está inaugurando um novo ciclo de valorização das pessoas para oferecer serviços públicos de qualidade à população. “Precisamos do apoio da FEDERASUL para enfrentar os desafios do século 21 e promover melhor qualidade de vida à todos”, afirmou Gabriel Souza.
Leia na íntegra o discurso de posse:
Senhoras e Senhores,
O associativismo nos trouxe até aqui. Nos momentos mais difíceis nos apoiamos uns nos outros, estendemos as mãos e avançamos juntos enfrentando os maiores desafios.
Tenho muito orgulho do que estamos construindo, do desprendimento de cada um de vocês que contribuem com o melhor que dispõe, com seu tempo precioso, com suas ideias, com sua capacidade de articular, de colocar de pé os melhores projetos. A cada nova realização conjunta pelas mãos de milhares de voluntários, renasce o sentimento de pertencimento, o orgulho de dar o melhor de si para transformar a realidade a nossa volta.
Depois de tudo que passamos juntos, enquanto humanidade durante a pandemia, voltamos a enfrentar momentos tensos, com guerras de expansão e disputas territoriais envolvendo potencias nucleares, com ruptura da segurança alimentar para mais de 830 milhões de pessoas que passam fome crônica, num mundo na iminência de convulsões sociais, de grandes migrações.
No Brasil, um país polarizado pelas eleições, com graves choques internos que nos paralisam, com uma economia que dá sinais de arrefecimento, em meio a enorme abundância de recursos, tantas lideranças ainda escolhem o caminho de acirrar os ânimos, o caminho de estimular os conflitos, as divisões, como se o caos fosse melhor que a paz, como se o caos fosse melhor que a segurança, que a prosperidade. Como se conviver com a fome, a miséria, a exploração, a má gestão e a corrupção fossem um destino aceitável também para nós brasileiros em meio a tanta fartura. Como se a falta de solidariedade e empatia fossem da essência humana e pudéssemos, por ação ou omissão, desperdiçar cada chance que temos de fazer a diferença.
Por outro lado, no Rio Grande do Sul, começamos a colher frutos de uma mudança de postura, de uma sociedade que em algum momento percebeu que era necessário chamar pra si a responsabilidade por soluções de longo prazo, que em meio a salários atrasados e caos nos serviços públicos foi capaz de expor a realidade já no governo Sartori, demonstrando perdas, ineficiências e privilégios que estavam na origem dos nossos problemas.
Criou-se um estado de espírito na opinião pública para que um novo parlamento em 2019, provocado também por um novo Governo, do Sr. Eduardo Leite, pudesse propor as reformas estruturais, com forte participação da Sociedade Civil Organizada e dos meios de comunicação, as reformas que aprovadas finalmente modificaram os cenários e as perspectivas gaúchas que há tantas décadas debatíamos.
Estas foram realmente novas façanhas dos gaúchos!
Porque enquanto percebemos um Brasil inflamado em 2022 por discussões, acusações e agressões, a democracia no Rio Grande do Sul floresceu e entregou resultados concretos a partir de debates acirrados no campo das ideias, com um Parlamento altivo que deu voz a sociedade, da esquerda à direita, dos liberais aos conservadores, Presidente Zanchin.
E as discussões mais acirradas no Rio Grande do Sul, há muito tempo tem versado sobre questões ideológicas, sobre concepções de gestão, sobre vantagens devidas ou indevidas, sobre privilégios devidos ou indevidos. Um ativo da cultura gaúcha, mesmo quando em meio a paralisia das discussões, foi a predominância da seriedade e integridade sobre casos isolados de corrupção e mal comportamento.
Aqui nós confiamos na seriedade do Poder Judiciário gaúcho, Desembargadora Iris. Aqui nós confiamos na seriedade da Justiça Federal gaúcha. Aqui nós confiamos na Instituição da Brigada Militar, na Instituição da Assembleia Legislativa e em tantas outras instituições capazes de expurgar os casos de má conduta, para que a seriedade e a integridade continuem a predominar na cultura gaúcha.
Hoje, em 2023, na retomada pós pandemia, estamos preparados para colher os frutos dos sacrifícios que fizemos, os frutos de nossa capacidade de debater, transigir e negociar.
Estamos preparados para desfrutar de um ambiente próspero em oportunidades para todos, com a segurança de Instituições sólidas permeadas por esta cultura gaúcha de seriedade, integridade, desprendimento.
E estamos preparados, enquanto sociedade civil organizada, para um debate intenso no campo das ideias, para que das nossas eventuais divergências, Sr. Governador, surjam ideias melhores para o bem comum, surjam propostas legitimadas pela diversidade da classe produtiva gaúcha, legitimadas por bons argumentos embasados com racionalidade.
Caros colegas, espírito público é a bandeira que queremos erguer, porque não há mais espaço para omissão, não há mais espaço para que se distribuam privilégios para poucos em prejuízo de todos, não há mais espaço para o corporativismo que compromete o futuro.
A Federasul com suas 180 filiadas é composta por milhares de voluntários, empreendedores que doam uma boa parte de seu tempo, de sua capacidade de gestão, de seus recursos, para promover o bem comum, para apreender trocando experiências, para melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos, gerando arrecadação para resolver os problemas sociais.
Tem sido assim há 95 anos, numa constante evolução, como testemunham alguns de nossos ex-presidentes aqui presentes com tão destacada participação nesta história.
O conceito de representatividade avança, evolui com grande credibilidade em nosso estado porque através de nossas filiadas conseguimos dar voz a classe produtiva, dar voz aqueles que representamos, com um processo de participação democrática intenso, com cada associado do interior do Rio Grande do Sul com as condições de influenciar nas decisões da Federasul, simplesmente pelo conteúdo de suas ideias, pelo peso de seus argumentos.
Empresários e lideranças que tem na sua essência a esperança, uma obstinação quase teimosa de seguir em frente e servir, porque compreendem o seu papel na sociedade não apenas como empresários, mas também como cidadãos.
Este capital social da Federasul, esta diversidade de setores que representamos, este ambiente efervescente em participação democrática do pequeno ao grande empresário, dos mais jovens aos mais experientes, é agora ainda mais enriquecido pela abordagem de reconhecidas lideranças femininas, que passam a compor mais de 30% de nossa diretoria, para que possamos contribuir ainda mais com nossa terra, com nosso pais.
E é tudo isto, Governador Eduardo Leite, Presidente Zanchin, autoridades aqui presentes, toda esta efervescência de ideias, de análises, de profissionais que legitimam propostas, que nós colocamos a disposição dos poderes públicos, no melhor interesse dos gaúchos.
Porque num mundo e num Brasil ainda inflamados, nós gaúchos, lideranças públicas e privadas, que por tantas décadas cultivamos a beligerância, temos uma missão a cumprir por nosso exemplo de superação de divergências:
Precisamos todos continuar demonstrando que uma democracia madura tem que ser capaz de entregar resultados concretos pelo diálogo honesto, que as instituições têm uma função a cumprir como cada um de nós, que o Brasil precisa ocupar seu papel no mundo e que não estamos dispostos a abrir mão de mais nenhuma oportunidade de fazer a diferença.
Quero aqui, agradecer a confiança de cada um dos presidentes de nossas entidades filiadas, de cada um dos membros de nossa diretoria que aceitaram o desafio de representar milhares de empreendedores anônimos que sustentam o desenvolvimento econômico e social de nosso pais, que chamaram para si a responsabilidade pelo futuro, acreditando no associativismo e no empreendedorismo como formas de transformar a realidade para melhor.
Este forte engajamento, com espírito público pelos mais nobres valores que nos unem, será o desafio de cada um de nós!
Muito obrigado.
Rodrigo Sousa Costa
Porto Alegre 07 de março de 2023
Leia na íntegra o discurso de posse: