2023 traz um cenário preocupante com risco de inflação maior, juros elevados e retração dos investimentos. Já, no RS as projeções são melhores com espaço para investimentos e melhoria no ambiente de negócios
Este foi o balanço feito pela FEDERASUL para o próximo ano na economia. A entidade, que encerrou a safra dos balanços e perspectivas 2022-2023 das federações empresariais, nesta quinta (15), realizou sua tradicional reunião de final de ano com a imprensa. Além de analisar os cenários e apresentar as perspectivas econômicas para o Brasil e para o Rio Grande do Sul no próximo ano, o evento marcou também o encerramento da gestão do presidente Anderson Trautman Cardoso.
No plano nacional, um cenário sombrio com juros elevados e risco de maior inflação estão entre as principais perspectivas da política macroeconômica do próximo ano. De acordo com as perspectivas apresentadas pelo vice-presidente e coordenador da divisão de economia da FEDERASUL. Fernando Marchet, a estimativa é de fechar 2022 com o IPCA de 6% e PIB de 2,95%. No Rio Grande do Sul o PIB estimado é de -0,78%.
Fernando Marchet alertou ainda para o risco de aumento do endividamento em relação ao PIB, a retirada do teto de gastos/PEC da transição, além da possibilidade de aumento de impostos para sustentação fiscal e a utilização dos bancos públicos para medidas parafiscais.
No ano que vem, o cenário aponta para um PIB de 0,74%, com IPCA de 7,50%, Selic de 13,75% e câmbio de R$ 5,60 em relação ao dólar. No Rio Grande do Sul o PIB projeta um crescimento de 4,88%.
Marchet explicou que as projeções para o Estado indicam a continuidade da agenda de reformas, ajuste nas contas públicas, espaço para investimentos do Governo, concessões e privatizações estaduais, melhoria no ambiente de negócios e melhora na competitividade.
Argumentou ainda que os indicativos apresentados no cenário nacional até momento sinalizam para anos desafiadores cujas medidas vão impactar a economia e causar uma desaceleração nos investimentos privados. Já para o Rio Grande do Sul a expectativa é de continuidade das reformas que trarão maior competitividade para o Estado.
Aos jornalistas presentes, o presidente Anderson Trautman Cardoso, fez um breve relato de suas principais ações na condução da entidade, desde a decisão de estabelecer a inovação como elemento norteador que acabou se tornando tema central para empresas, universidades, entidades e inclusive governos. Lembrou que a FEDERASUL completou recentemente 95 anos de fundação reforçando seu papel de atuar na união de todos para avançar em pautas que contribuam para o desenvolvimento do Estado e do país.
No encerramento, o novo presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, revelou que o clima no setor empresarial é de cautela diante da ausência de boas expectativas o que tende a tornar o próximo ano mais difícil.