O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) informou, nesta segunda-feira, que o resultado da balança comercial de 2015, superavitário em US$ 19,681 bilhões, é o melhor desde 2011, quando o saldo comercial brasileiro foi de US$ 29,793 bilhões. O superávit foi ajudado pela alta do dólar.
O desempenho não significa que as vendas de produtos brasileiros aumentaram significativamente, mas que as importações caíram em uma velocidade mais rápida. Em relação a 2014, as exportações caíram 14,1%. O Brasil vendeu US$ 191,1 bilhões, e o governo estima que, se não fosse a queda do preço internacional das commodities, esse resultado seria US$ 30 bilhões maior.
Mesmo sem impulsionar as exportações como previsto, a alta da moeda norte-americana freou as importações. As compras de importados caíram nada menos que 24,3%. O País importou apenas US$ 171,5 bilhões, porque a economia está em recessão e a demanda está em queda. Em 2014, a balança comercial brasileira teve um déficit de US$ 4,1 bilhões.
O saldo comercial de dezembro, de US$ 6,240 bilhões, foi o melhor de todos os meses da série histórica, iniciada em 1989.
Segundo o Mdic, as exportações brasileiras registraram média diária de US$ 762,9 milhões em dezembro, queda de 4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações registraram média diária de US$ 479,2 milhões, com recuo de 38,7%.
A média diária de exportações no ano foi de US$ 764,5 milhões, uma queda de 14,1% ante 2014, quando terminou em US$ 889,7 milhões. Já nas importações, a queda foi de 24,3%, passando de US$ 905,7 milhões em 2014 para US$ 685,8 milhões em 2015.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, disse que o superávit na balança comercial “impacta positivamente nas contas externas do País”.
Godinho destacou que houve alta no quantum exportado pelo País e que a queda nos valores reflete a redução de preços, principalmente, das commodities (produtos básicos).
De acordo com dados do ministério, o volume total exportado pelo Brasil em 2015 foi de 637,6 milhões de toneladas. O número supera os 576,7 milhões de toneladas registrados em 2014 e é a maior quantidade desde o início da série histórica do governo, em 1997.
Entre os produtos afetados pelo fenômeno da queda de preços estão o minério de ferro, complexo soja e petróleo bruto. Segundo o secretário, eles responderam, juntos, por cerca de 70% da queda total das exportações brasileiras em 2015.
O minério registrou recuo de 44,8% no valor exportado, mas alta de 7,6% nas quantidades embarcadas. A soja, recuo de 8,8% no valor vendido e aumento de 20,3% nas quantidades. No caso do petróleo, o valor exportado caiu 27,1%, e o volume embarcado subiu 48% em relação a 2014.
Por outro lado, houve itens da pauta de exportações que foram exceções e registraram alta no valor e na quantidade exportadas, mesmo com a tendência mundial de queda de preços. No caso da celulose, o valor exportado cresceu 6,9%, e a quantidade, 9,8%, mesmo com queda de 2,7% nos preços no mercado internacional. Os aviões também estão nesse grupo, com alta de 19% no valor vendido e de 21,9% na quantidade, mesmo com os preços recuando 2,3%.
Fonte: Jornal do Comércio