Sete concorrentes falaram sobre seus projetos e responderam perguntas da entidade
Como tradicionalmente acontece em ano eleitoral, a FEDERASUL promoveu nesta quarta-feira (10) mais uma reunião-almoço Tá na Mesa com os candidatos ao governo do estado do Rio Grande do Sul nas próximas eleições. Aproximadamente 250 pessoas acompanharam o painel entre os sete candidatos cujos partidos possuem representação na Assembleia Legislativa.
Dividido em quatro blocos, o painel iniciou com as apresentações de cada candidato, que tiveram quatro minutos para falar. No segundo, responderam a sete perguntas das 11 elaboradas pela diretoria da FEDERASUL e filiadas cujos temas foram sorteados. No terceiro, todos respondem a uma única pergunta da FEDERASUL e no quarto deixaram uma mensagem de encerramento. O evento contou com a presença do governador Ranolfo Vieira Júnior, iniciou às 12h e encerrouàs 14h10min.
Participaram do painel os seguintes candidatos em ordem alfabética: Edegar Pretto (PT); Eduardo Leite (PSDB); Luis Carlos Heinze (PP); Onyx Lorenzoni (PL), Ricardo Jobim (Novo), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). Também por sorteio foram dispostos no palco do Salão Nobre do Palácio do Comércio.
Inicialmente, o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso entregou a cada um dos candidatos um documento com as Proposições da entidade, abordando temas considerados essenciais para o desenvolvimento do Estado como educação, saúde, segurança, equilíbrio fiscal, modelo de gestão, políticas de desenvolvimento e inovação.
Ao responderem a pergunta da FEDERASUL sobre quais ações pretendem desenvolver para garantir o equilíbrio fiscal ao longo de sua gestão, assegurando a capacidade de investimento e se pretendem aumentar impostos ou fazer reformas estruturais e privatizações para sanear contas públicas, os candidatos responderam da seguinte forma:
Sorteado, o primeiro a responder foi Vicente Bogo. O candidato disse que é necessário conter o avanço da dívida e gerar mais receita. Mas não através de impostos e sim estimulando a criação de empresas através da inovação. “Precisamos de um plano de desenvolvimento para o Estado que aproveite melhor o capital social, com investimentos especialmente em educação visando a criação de novas lideranças com olhar empreendedor”.. Disse que “a inflação é uma violência contra o pobre” e defendeu investimentos em educação e segurança, descartando a privatização do Banrisul.
Em seguida, Edegar Pretto destacou que temos que ser responsáveis pelas finanças públicas, mas que o equilíbrio fiscal não pode significar dano social como ocorre hoje. “Hoje as pessoas se endividam para comer”, lamentou, ao acrescentou que a economia não terá uma reação positiva se não forem incluídas as pessoas com renda de até um salário mínimo. Disse que os setores fundamentais também não contam com o apoio do Estado. Contra as privatizações, Pretto acredita que a história mostra que áreas essenciais que foram privatizadas oferecem serviços precários. Defendeu que o Banrisul se mantenha público e se torne um indutor do desenvolvimento do setor produtivo.
Vieira da Cunha se comprometeu com a austeridade e o equilíbrio financeiro através da eficiência de gastos. “Não esperem de mim privatizações”, declarou, ao acrescentar que deveriam ter sido feitos plebiscitos para ouvir a população sobre as privatizações. “Duvido que o povo gaúcho teria dado aval. Precisamos interromper esse processo imediatamente”.
Luis Carlos Heinze defendeu a venda de imóveis do Estado como alternativa para fazer caixa e a renegociação da dívida com a União. Não descartou a possibilidade de privatizações, mas alertou para os valores, que segundo ele, “precisam ser reais e não promover a venda do patrimônio do Estado a preço de banana como está sendo feito”. O candidato disse que se eleito trabalhará muito para conquistar um Estado mais forte e mais ágil, com mudanças que promovam o aumento da autoestima do povo gaúcho. Para acelerar o processo de desenvolvimento revelou que buscará o apoio das entidades. Destacou ainda a importância de investir em um segundo porto marítimo para o Estado. “Ele vai mudar a cara do Rio Grande”.
Onyx Lorenzoni acredita que muitas iniciativas implantadas no governo federal pelo presidente Jair Bolsonaro com o seu apoio, podem ser replicadas no Rio Grande do Sul e obter bons resultados. Defendeu a renegociação da dívida e a necessidade urgente de gerar oportunidades para acabar com a disparidade regional.
Eduardo Leite afirmou que o equilíbrio das contas Rio Grande do Sul já é uma realidade. Garantiu que em sua gestão as contas do Estado foram pagas e que os salários dos servidores públicos estão sendo pagos em dia. Defendeu as privatizações e acrescentou que o próximo governo precisa reunir esforços para avançar na busca de soluções para um estado mais acolhedor, que respeite as diferenças.
Ricardo Jobim descartou os velhos acordos e disse que é preciso dar mais poder ao cidadão. Defendeu um Estado menor e apontou a recuperação fiscal como um desafio. “Precisamos resolver os problemas de frente para destravar o Rio Grande do Sul, complementou.”
Saudação aos candidatos
Ao saudar os candidatos, o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, lembrou sobre a importância de participar de debates e realizar painéis com os candidatos e colocou a entidade à disposição no sentido de contribuir para a construção de um Estado mais leve, mais ágil, mais competitivo, com melhor estrutura logística e mais inovador.
Disse que entre os desafios do Rio Grande do Sul está a necessidade de convergir no que une para melhorar o Estado. “A FEDERASUL deu sua parcela de contribuição para a aprovação das mudanças estruturais, cujos efeitos positivos começam agora a aparecer de forma mais clara”, destacou.
Sugeriu que “precisamos ir adiante” e disse que “tem um mundo ali fora que pulsa por inovação. Tem um nova geração que pede passagem e uma nova economia já qual precisamos nos inserir e tem setores tradicionais que precisam ser valorizados”.
Não esqueceu de mencionar o desafio da educação. “Precisamos fazer um grande esforço para trazer a educação gaúcha para o século atual. Diria mais: para o milênio atual”. Reiterou que o papel da FEDERASUL é de parceria para a construção de um Rio Grande do futuro: destaco que a nossa bandeira é do desenvolvimento, da livre iniciativa, da liberdade de empreender e ser feliz neste Estado que tanto amamos, concluiu.
FEDERASUL entrega aos candidatos proposições ao governo
E pede alternativas para o Banrisul além de se colocar à disposição para trabalhar junto pelo desenvolvimento
O documento de 10 laudas foi elaborado pelo Conselho da entidade com a participação das quase 180 filiadas foi entregue pela FEDERASUL aos candidatos ao governo do Estado, antes de iniciar o painel. Chamado “Proposições aos candidatos nas eleições 2022”, registra o comprometimento que a entidade gostaria de contar e a inclusão dos pontos nos planos de governo, para serem cumpridas durante o mandato.
A entidade, que reúne as forças produtivas de todos os setores da economia gaúcha (com quase 180 filiadas no RS), detalha as pautas prioritárias em temas eleitos fundamentais para incrementar desenvolvimento econômicos no Estado e no País.
As proposições foram organizadas em cinco blocos e especificadas em cada item: educação/saúde/segurança; equilíbrio fiscal; modelo de gestão; políticas de desenvolvimento e inovação. A FEDERASUL recorda ainda que o tema infraestrutura foi objeto de trabalho específico denominado Jornadas de Integração, realizado no ano passado, em oito fóruns regionais (já entregue ao presidente Jair Bolsonaro e ao governo do Estado).
Entre as proposições, a entidade incluiu também um novo item outras com duas recomendações: priorizar por soluções para a falta de água no Estado e buscar alternativas para o Banrisul, que tem perdido significativamente, valor de mercado ao longo dos últimos anos.