Assunto discutido no Tá na Mesa, ganha força com a participação de todos
Mobilizar a sociedade para refletir e debater sobre o verdadeiro papel do Estado foi o que motivou a deputada estadual Any Ortiz a propor a criação na Assembleia Legislativa da Frente Parlamentar de Combate aos Privilégios. A discussão foi tema da reunião-almoço Tá na Mesa da FEDERASUL desta quarta-feira (06), quando também o jornalista e empresário Cleber Benvegnú falou sobre o tema. O evento foi conduzido pelo presidente em exercício da entidade, Rodrigo Sousa Costa que cumprimentou a deputada pela iniciativa da criação da Frente e disse que “o trabalho exige coragem no enfrentamento dos privilégios para conquistar resultados”.
Ao argumentar que o Estado arrecada como países de primeiro mundo e entrega serviços precários, a parlamentar assegurou que parte desse problema passa pelos privilégios concedidos a servidores que se acumulam ano após ano. “Esse assunto não é só político. Deve entrar em pauta e não sair mais até que se modifique essa situação e isso só vai ocorrer a medida em que mais pessoas se envolverem”. De acordo com a deputada, é preciso estabelecer um equilíbrio, eliminando os privilégios que estão na contramão das medidas necessárias para que o Estado possa atender as demandas da população”.
Any Ortiz acredita que a equalização das carreiras do poder público integra necessariamente uma discussão que preze pela justiça social. É inadmissível que um professor ingresse no Estado ganhando R$ 1.800, enquanto outros profissionais iniciam com salários de R$ 35.000. Precisamos recuperar o sentido de existir do Estado. O poder é que deve servir ao povo e não o contrário”, complementou.
Em sua palestra, Any contou ainda que a Frente Parlamentar já enfrentou alguns assuntos bastante polêmicos como o fim da pensão vitalícia para ex-governadores, atuou para tentar suspender o pagamento do auxílio-saúde para membros do poder judiciário e Ministério Público, a aprovação pela Assembleia Legislativa do projeto que gerou alterações nas estruturas administrativas do Estado e tornaram ilegal o pagamento de honorários de sucumbência aos procuradores do Estado, entre outros.
A deputada agradeceu também a receptividade do presidente da Federasul Anderson Trautman Cardoso quando, em abril deste ano, aceitou integrar o Pacto gaúcho no combate aos privilégios. Quando a sociedade se integra e abraça a causa, a luta ganha mais força, lembrou a presidente da Frente Parlamentar de Combate aos Privilégios, criada em janeiro de 2020.
O jornalista e empresário Cleber Benvegnú, detalhou a origem dos privilégios no Brasil lembrando desde o Brasil Império. Ele criticou a liturgia do poder e disse que o debate sobre essa questão precisa chegar em toda sociedade. “Todos precisam entender o significado de privilégio”.
Segundo Cleber Bevengnú não existe dinheiro público e sim o dinheiro das famílias que pagam impostos. Ele acredita que é preciso revisar os benefícios dos servidores, lembrando que o povo está em primeiro lugar e que os privilégios beneficiam apenas alguns grupos específicos.