O novo ciclo de desenvolvimento da metade sul do RS

O momento especial da região foi o tema do Tá na Mesa que abordou também a necessidade urgente da ANEEL liberar a transferência da Usina termelétrica de Rio Grande para impulsionar o desenvolvimento

                A liberação da transferência da termelétrica de Rio Grande para o Grupo Cobra, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), foi tema recorrente do Tá na Mesa, desta quarta (13) que tratou sobre “O papel dos Portos do RS no Desenvolvimento do Estado”. O presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, colocou a entidade à disposição para ajudar na solução do problema. 

Participaram do Tá na Mesa, Fábio Branco, prefeito de Rio Grande; Fernando Estima, diretor superintendente da Portos RS; Paulo Bertinetti, diretor-presidente do TECON Rio Grande; Caio Vianna, presidente da CCGL e do complexo portuário TERMASA-TERGRASA e Cristiano Barcellos, gerente sênior de produção do Complexo de Rio Grande da Yara Brasil.

         Os recursos que estão sendo anunciados para a região sul abrem um novo ciclo de desenvolvimento, lembrou o presidente da FEDERASUL, “com repercussões positivas para o crescimento da economia de todo RS”. De acordo com ele, “investimentos diretamente gerados e viabilizados pelo porto de Rio Grande que é um vetor de crescimento”, destacou.

         A FEDERASUL acredita que há espaço para, melhorando a infraestrutura atrair mais investimentos. Para o presidente da entidade, isso passa também pelas concessões à iniciativa privada da malha aquaviária e “defendemos essas concessões, já em estudo pelo governo federal”, concluiu.

       O diretor superintendente da Portos RS, Fernando Estima, disse que em 2021 o complexo de portos públicos e os terminais arrendados juntos registraram o melhor resultado da história. Durante o ano foram movimentadas 47,6 milhões de toneladas, um crescimento de aproximadamente 20% em relação ao ano anterior. Estima fez uma comparação com o estado de Santa Catarina. Ele disse que embora o estado vizinho conte com seis portos, a carga movimentada no Rio Grande do Sul é aproximadamente 20% superior.

     Ao defender uma gestão estratégica da logística, o dirigente destacou ainda a necessidade de o Estado ampliar o foco em ferrovias e hidrovias. Sugeriu também que ao investir em novas unidades, as empresas se aproximem das águas, acrescentando que as hidrovias têm condições de atender as demandas.

      Em sua manifestação, o presidente da CCGL e do complexo portuário TERMASA-TERGRASA, Caio Vianna, destacou que além de ser eficiente e produtivo para competir no mercado, o agro necessita da qualidade da infraestrutura e logística para conquistar o Brasil. Destacou que a cadeia do agronegócio movimenta todo interior do Estado e segue em processo de crescimento, necessitando, desta forma, de permanente melhorias e reformas para aumentar seu poder de negociação.

O gerente sênior de produção do complexo de Rio Grande da Yara Brasil, Cristiano Barcellos, relatou que a empresa criou no município o maior parque de produção e distribuição de fertilizantes da América Latina. Ao apresentar a trajetória e crescimento da empresa desde 1973, Cristiano Barcellos relatou que a empresa movimentou 3 milhões de toneladas de produtos somente em 2021. Disse ainda acreditar que esse número pode ser potencializado com a parceria do Estado na busca do desenvolvimento.

        O presidente do TECON Rio Grande Paulo Bertinetti sugeriu que as  empresas tragam para o Porto de Rio Grande a carga gaúcha hoje exportada pelos portos de Santa Catarina. Afirmou que somente a união do Estado com a iniciativa privada é que vai ampliar as exportações e reduzir os custos para os produtores. 

     Com o título Rio Grande dando a volta por cima, o prefeito Fábio Branco apresentou as mudanças que vêm sendo implementadas para promover a retomada do desenvolvimento econômico do município. Destacou a importância do projeto da Usina Termelétrica de Rio Grande que representa a concretização do sonho de crescimento gerando emprego, renda e oportunidades não somente para o município, mas para o todo Rio Grande do Sul. “Dependemos ainda da transferência da titularidade para o Grupo Cobra. Confiamos nesse projeto que é fundamental para o Estado e representa um ganho logístico muito grande”, argumentou o prefeito.

PUBLICADO EM: 13 de abril de 2022