Cibercrimes crescem no Brasil e no mundo

A Divisão Jurídica da FEDERASUL o primeiro Meeting Jurídico do ano de 2022 como o tema “Seguros frente aos riscos cibernéticos no cenário empresarial”.

O coordenador da Divisão Jurídica, Fabiano Zouvi abriu o encontro destacando que trata-se um tema extremamente inovador mas muito presente na atividade empresarial. Em seguida passou a palavra para o palestrante Claudio Macedo Pinto, fundador da Clamapi Seguros Cibernéticos e da Bluecyber Seuros, membro do Comitê Público da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD), que iniciou falando sobre o grande desafio que é a dificuldade de conscientizar as pessoas do risco cibernético, especialmente por não saberem dimensionar o impacto que um ataque poderá provocar tanto na vida das pessoas como nas empresas. “Ninguém está imune ao ataque cibernético. Imaginem os prejuízos operacionais de uma empresa que sofre um ataque e fica impedida de emitir notas ficais ou sequer saber que produtos seus clientes estão solicitando”, argumentou.

Conforme pesquisa realizada por uma empresa de seguros, o cibercrime aumento 125% no primeiro semestre de 2021 (o resultado anual ainda não foi divulgado). Para se ter uma ideia, em 2020 foram registrados mil sinistros contra 80 de 2016. Entre os setores mais penalizados estão saúde, serviços profissionais e instituições financeiras. Macedo Pinto destacou ainda que os ataques não atingem somente grandes empresas, está presente também na rotina de pequenas e médias. “Para se ter uma ideia, mapeamos mais de 800 casos registrados na mídia. São casos de empresas de vários setores que sofreram importantes ataques”.

O mercado cresce no País, onde existem hoje cerca de mil apólices de seguro cibernético que são administrados por 12 seguradoras que realizam esse tipo de cobertura e que arrecadaram, em 2021, R$ 105,8 milhões e indenizaram R$ 74,5 milhões. Os seguros cibernéticos operam baseados em três pilares: responsabilidade civil de dados, danos ao próprio segurado e gestão de crise através da assistência oferecidas pelas seguradoras.

Em seguida, a especialista em seguros, corretoras e risk manager em grandes empresas, Carolina Pinheiro, falou da sua experiência como contratante do seguro cibernético para as empresas em que atua. Disse que busca conhecer os riscos que sofrem e quais as soluções disponíveis no mercado que possam minimizar o risco financeiro e como trabalhar a imagem da empresa após sofrer um ataque.

Relatou que a alguns anos atrás quando sugeria falar em seguros existia uma certa resistência dos gestores por acreditarem na  segurança da informação de suas empresas. Entretanto, com a criação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que regula as atividades de tratamento de dados pessoais desde 2018 houve uma mudança radical especialmente diante da possibilidade de aplicação de multas. Além disso, ela acrescenta o grande número de ataques registrados nos dois últimos anos também fez com que as empresas passassem a ver o seguro como mais uma camada de proteção às informações existentes nas suas empresas. 

Experiências profissionais:

-Claudio Macedo Pinto é Fundador da CLAMAPI Seguros Cibernéticos e da BLUECYBER Seguros, membro do comitê público da ANPPD (Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados).

 -Carolina Pinheiro – Especialista em Seguros, corretoras e nos últimos10 anos como Risk Manager em grandes empresas

PUBLICADO EM: 1 de abril de 2022