Foi o que disse, na FEDERASUL, o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung
Melhorar a comunicação, abolir a reeleição e adotar um planejamento de competitividade sistêmica, foram três pontos defendidos pelo economista e ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, no Tá na Mesa, para transformar o potencial brasileiro em oportunidades, tema de sua palestra. Segundo ele, existem dois “janelões” de possibilidades no País pós-pandemia: adotar a economia verde, como os outros países estão fazendo, e intensificar os marcos regulatórios “transformando nossas fraquezas em força”. Ele citou como exemplo, a área de saneamento. O evento, presidido pelo presidente Anderson Trautman Cardoso, teve a participação do conselheiro Walter Lídio Nunes, que conduziu as perguntas.
Convidado pela FEDERASUL pelo seu desempenho como governador do Espírito Santo e pela seu ativismo em movimentos como Renova BR e Agora, Paulo Hartung amplia sua sintonia com a entidade na defesa da educação e da reforma administrativa antes mesmo da tributária, entre outros temas. “Temos inúmeros potenciais que não se traduzem em desenvolvimento e geração de empregos”, disse Anderson Trautman Cardoso enfatizando que “a sensação é de sempre deixar a missão difícil para o dia seguinte e isso faz com que continuemos estagnados como Nação”.
Hartung, que está na iniciativa privada e preside a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) apontou como dever de casa para o País transformar seu potencial em oportunidades, a agenda de reformas estruturantes iniciando pela administrativa que vai definir o tamanho do Estado. “Precisamos ainda reorganizar os programas sociais que gastam sem foco de forma a regularizar o sistema de transferência de renda”, sugeriu.
Disse que o Brasil não tem avançado nas soluções dos problemas porque não sabe mobilizar a sociedade já que não se comunica bem. “Há uma falta de líderes capazes de explicar, com clareza, projetos que também precisam de um planejamento sistêmico”, enfatizou. Mostrou ainda a importância de uma reforma política que se traduza em menos siglas partidárias lembrando que os partidos precisam ter programas capazes de transformar projetos em boas ações.
Hartung destacou a importância de uma reforma administrativa capaz de dar a todos os poderes os mesmos critérios para “corrigir injustiças” e foi taxativo ao dizer que processo eleitoral de 2022 ainda não tem quadro definido. “Vai passar muita água embaixo dessa ponte”, se referindo ao fato de que “não há nada consolidado ainda”. Na sua percepção, “virão mais novidades com outras alternativas além do que estas que estão postas”, previu.
Classificou as discussões sobre o voto impresso como “uma forma de confundir o processo eleitoral” e definiu os temas como o fundão e o distritão como um “processo de dificultar a renovação da política brasileira”.
O Brasil, concluiu o ex-governador do Espírito Santo, precisa de um choque de renovação: “trocar seis por 12, com um governo de transição que promova mudanças sem a possibilidade de reeleição”. Segundo lembrou, é fundamental criar empregos, dar um choque de integridade e ênfase na agenda da educação retomando a política contra a corrupção.