É trágica a situação das escolas e dos alunos no RS

Live da FEDERASUL avaliou os impactos da pandemia no setor educacional gaúcho

                O setor de ensino do Rio Grande do Sul está agonizando por não poder trabalhar em função das restrições impostas pela bandeira preta do Programa de Distanciamento Controlado do governo do Estado. Mais da metade das escolas de educação infantil pretendem fechar suas portas em 30 dias, se não conseguirem retomar as atividades. No ensino profissionalizante, que envolve mais de 2 mil escolas e 200 mil pessoas (capacita, por ano, para o mercado de trabalho, 120 mil profissionais) os cursos não podem mais suportar com as portas fechadas.

Diante desta situação, que ainda mantem milhares de gaúchos invisíveis para o governo, a FEDERASUL realizou, na noite de domingo, mais uma live, nos seus canais do Facebook e do YouTube sobre os impactos da pandemia no setor de educação. “O Brasil coloca seu futuro, no final da fila”, resumiu o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso.

         Com a participação também do diretor de educação da entidade, Fernando de Paula, da psiquiatra Mariana Uebel, do deputado estadual Fábio Ostermann e federal Marcel Van Hatten, o debate avançou sobre  todos os lados da questão, e mostrou como os efeitos são trágicos na infância e como a ausência de aulas presenciais compromete o aprendizado. “É um crime com a infância o que está acontecendo”, diz a psiquiatra Mariana Uebel, lembrando que além de aumentar o abismo social entre as classes sociais cria um impacto negativo na sociedade em geral.

         Depois de chamar o CPERS de “inimigo da educação” pois defende a não abertura das escolas na pandemia, o deputado Fábio Ostermann lembrou das consequências trágicas da ausência de aulas. “As escolas deveriam ser as primeiras a abrir e as últimas a fechar”, ressaltou. O ano letivo de 2020 foi perdido, na visão de Ostermann. “Se o governador tivesse priorizado as escolas desde o início poderia rever o modelo de distanciamento controlado flexibilizando a bandeira preta para vermelha com um regramento mais permissivo para a educação”, enfatizou.

         Já, o deputado Marcel Van Hatten disse que é paradoxal ver o CPERS fazendo lives pela não volta às aulas e a FEDERASUL, uma entidade empresarial, defendendo a abertura das escolas. Voltou a criticar o sistema adotado pelo governo gaúcho na política adotada no controle da pandemia. “A ciência está mostrando que as medidas de distanciamento social com protocolos rígidos de segurança, protegem.” Ele disse ainda que este mapa de distanciamento adotado pelo RS não funciona. “É pura política”, concluiu.

         “Já estamos vivendo um colapso na área de educação em geral e vamos ver o impacto daqui para a frente em todos os setores”, lembrou o diretor de educação da FEDERASUL, Fernando de Paula. Pelos seus cálculos, “vão faltar profissionais quando a economia precisar”.

O presidente da entidade, Anderson Trautman Cardoso, encerrou a live , que durou uma hora e meia, lembrando que este foi o primeiro debate que a FEDERASUL fez sobre o tema educação e prometeu “ampliar a discussão”. Para a FEDERASUL, enfatizou, “educação também é essencial e o debate vai continuar até  a retomada do setor”.

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PUBLICADO EM: 11 de abril de 2021