A observação é do jornalista e escritor David Coimbra, convidado do Tá na Mesa virtual desta quarta (12), que abordou a pandemia pela COVID-19
Seguindo um roteiro que procura identificar os impactos da Covid-19 nos mais diversos setores da vida dos gaúchos, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (FEDERASUL) ouviu, nesta quarta (12), o jornalista, escritor e cronista, David Coimbra, que falou sobre “Os novos hábitos da quarentena”. Numa conversa descontraída com a presidente Simone Leite, o cronista que observa o comportamento cotidiano disse que o cenário é de impasses e necessita ser melhor administrado e com mais diálogo.
O jornalista (ele trabalha no Grupo RBS) criticou as medidas adotadas pelos gestores públicos durante a crise econômico-sanitária.“Nós [RS] fechamos a economia no início da pandemia, quando era completamente desnecessário. Hoje temos uma sociedade exaurida pelos impasses e pela falta de organização”, afirmou.
O Plano de Distanciamento Controlado do RS também serviu de pauta do bate-papo. A Federasul, que defende a inclusão de dados socioeconômicos nas métricas para ampliar as decisões e o espectro da pesquisa, ouviu do cronista que o formato das restrições deveria ser caracterizado pela setorização do distanciamento, de acordo com a atividade e realidade in loco. Ele partiu do princípio de que a regra não pode ser geral. “Ela precisa respeitar as características do negócio, por exemplo, o que vale para construção civil não pode valer para o comércio, porque um trabalha em ambiente aberto e o outro não”, ilustrou.
BUSCAR SOLUÇÕES
Questionado sobre o papel da imprensa e dos gestores públicos, David Coimbra defendeu a necessidade em buscar soluções e não culpados. ”O momento requer diálogo e união de esforços coletivos”. Quanto à gestão de crise pelos mandatários, ele disse que o entendimento básico, seja do prefeito ou governador, é o de gestor, não de CEO. “Ele possui a legitimidade do voto popular e deve usar sua liderança nestes momentos para unir. Está naquele lugar para dialogar, ouvir, criar metas e fazer funcionar a sociedade com responsabilidade sanitária”, enfatizou.
Como integrante da imprensa, reconheceu os equívocos causados pela mídia quando só vê o lado negativo. “Isso quer dizer que o comportamento deve ser outro”. David reiterou que o papel do jornalista precisa continuar sendo o de denunciar, mas também de valorizar e procurar os bons exemplos, as soluções.