Mudança do discurso na região que está focada em recuperar perdas ainda dentro de 2020
A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (FEDERASUL) segue ouvindo, semanalmente, cada região do Estado. Nesta quarta-feira (27) foi a vez do principal polo turístico e econômico do RS: Serra Gaúcha e Região das Hortênsias. A reunião virtual, comandada pelo vice-presidente de Integração, Rafael Goelzer, contou com a presença de autoridades políticas, como o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, e o deputado federal, Marcel Van Hattem e empresários da região, como Clóvis Tramontina, além de lideranças empresariais e política.
O sentimento da reunião foi o de buscar a recuperação e o reestabelecimento da ordem econômica. Isso, de acordo com a presidente da FEDERASUL, Simone Leite, “A região começa a nos posicionar para um futuro promissor, onde o foco está na recuperação da economia e não deixar-se “contaminar” apenas com as más noticias e a falta de entusiasmo”, disse.
Para a Câmara de Indústria e Comércio de Bento Gonçalves (CIC-BG), a recuperação econômica está vinculada a um profundo plano de infraestrutura regional, como duplicação de estradas, modernização de ferrovias e o estreitamento com o setor público.
No encontro virtual, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, afirmou que a preocupação com a saúde pública não deve ser pauta apenas por causa da pandemia. Polo lembrou que a preservação da saúde é importante, mas a economia também. “É a economia forte que gera emprego e renda”. Ele também aproveitou e comentou sobre a campanha do Parlamento, batizada como Escolha de Valor, que visa estimular o consumo de produtos e serviços de pequenas empresas do RS.
Outro parlamentar presente foi o deputado federal, Marcel Van Hattem, que sintetizou a necessidade de o Governo Federal voltar seu foco às agendas de reformas. No entendimento de Marcel são essas as necessidades primárias para minimizar os impactos da COVID-19, perante a economia.
O empresário Clóvis Tramontina, que comanda a TRAMONTINA, sediada em Carlos Barbosa, deu uma palavra de ânimo aos empresários e também refletiu sobre política e economia. Para ele”o coronavírus mata, não temos dúvida, mas a tuberculose mata muito mais. Outras doenças precisam estar no foco do Poder Público. Não podemos aceitar que tudo seja paralisado por causa deste surto. O Brasil já passou por doenças como caxumba, sarampo, H1N1, que são muito mais perigosas. Não será esse vírus que nos destruirá”, disse. Assim como o projeto da Assembleia, ele defendeu que a população compre do pequeno e cobrou do Governo Federal a liberação de crédito, a fim de auxiliar no pagamento da folha. ”É preciso que isso [crédito], chegue na ponta. Não basta dizer que é para ir no banco e o empresário sair mais desiludido do que entrou. Esse é um momento de união. E nós teremos que ter força e vamos nos empenhar em recuperar os 12 meses do ano em quatro ou cinco”, afirmou.
Simone Leite fez questão de reconhecer o papel desempenhado pelo governador Eduardo Leite e pelo presidente da Assembleia, Ernani Polo, em buscar o diálogo com todas as Entidades Empresariais, tendo como base o equilíbrio entre saúde e economia. Novamente a presidente da FEDERASUL voltou a cobrar uma ampla e profunda Reforma Administrativa do funcionalismo público, tendo como principal foco a estabilidade e ferramentas impeditivas na redução de salários e, até mesmo, demissão. “Não falo do professor, do policial ou dos profissionais da saúde. O foco não é em quem ganha dois ou três mil reais. O objetivo é cortar nos “feudos” que ganham acima de dez mil reais e que mesmo com todos os problemas da pandemia, continuam ganhando vultosos salários e trabalham de forma remota”, explicou.