A saída para enfrentar os gargalos da logística no Brasil é apostar na multimodalidade. O atual modelo, voltado predominantemente para rodovias, gera um prejuízo de 12,5% em relação ao PIB do País, segundo cálculo apresentado pelo presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Moreira, durante o “Tá na Mesa”, promovido pela Federasul, nesta quinta-feira (30/09). Além de integrar os modais, a entidade reforça a necessidade de os governos, Federal e Estadual, escolherem as concessões como meio para acelerar os investimentos em plataformas logísticas e na gestão dos programas existentes, que vêm apresentando baixa execução orçamentária ao longo dos últimos anos.
Para melhorar o cenário da logística, a Abralog calcula que sejam necessários investimentos de, no mínimo, 4% do PIB pelos próximos 20 anos. Outra deficiência apontada é a dificuldade de encontrar profissionais qualificados para atuação na área. “Temos mais experiências do que especialistas”, alertou Moreira ao afirmar que este é um novo nicho de mercado.
Com um crescimento da ordem de 8%, em 2014, o setor não espera números positivos para 2015. “Somente na venda de empilhadeiras, equipamento essencial para o desempenho da logística, tivemos uma retração de 40%”, contou o presidente ao destacar que no Brasil falta o conceito de multimodalidade como forma de alavancar a logística. “As cargas no Brasil rodam, em média, 3 mil km de estradas, enquanto o recomendado é de 600 km e aí fazer a combinação com outro modal”, explicou Moreira ao lembrar que no País existem 44 mil km de rios navegáveis sem utilização.
Além da multimodalidade, a Abralog pontua como necessária maior acessibilidade, capacidade e eficiência nos Portos, a expansão do sistema de armazenagem, ampliação da malha ferroviária, ampliação da atividade hidroviária e dutoviária. Também defendeu a necessidade de balanceamento da matriz de transportes, equilíbrio quando da avaliação dos impactos ambientais decorrentes de intervenções logísticas e a criação de plataformas logísticas.
Durante a participação, Moreira apresentou um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que diz que 56% das empresas brasileiras escolhem as rodovias para o deslocamento da produção, outros 29% a cabotagem e 15% as hidrovias. A estrutura deficiente gera o custo de 1% do faturamento das indústrias e se traduzem em um montante de R$17,1 milhões ao final de cada ano.
Na oportunidade o presidente da Abralog, Pedro Moreira, assinou um convênio de cooperação técnica com o Estado do Rio Grande do Sul, lançou a Frente Nacional pela Multimodalidade e ainda anunciou a criação da representação regional-sul da entidade dada a importância econômica da região.
Foto: Ivan Andrade
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Fonte: Assessoria de imprensa