Segundo ele, as exportações de café (verde e industrializado) poderão cair para cerca de 34,5 milhões de sacas de 60 kg, ante projeção inicial de aproximadamente 35 milhões de sacas, o que representaria uma queda de 5 por cento ante o volume recorde de 36,32 milhões de sacas de 2014.
“As informações que vêm da produção, de redução da produtividade, pela tamanho (menor) do grão… Acho que vai gerar uma exportação menor”, afirmou Braga à Reuters, em entrevista por telefone, concedida a partir de Milão (Itália), onde ele participa de reunião da Organização Internacional do Café (OIC).
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu nesta terça-feira a previsão para a safra de café do Brasil em 2015 para 42,15 milhões de sacas, ante 44,28 milhões de sacas da projeção de junho, citando menores rendimentos na colheita e no beneficiamento.
Com o Brasil colhendo este ano a menor safra desde 2009, segundo dados da Conab, os estoques deverão ficar em níveis baixos antes da colheita de 2016, limitando embarques pelo menos na primeira metade do ano.
Considerando os dados de estoques privados levantados pela Conab ao final de março (14,3 milhões de sacas, antes do início da safra deste ano) e os números desta terça-feira da colheita (42,1 milhões de sacas), a disponibilidade de café o Brasil ficaria em cerca de 56,5 milhões de sacas, número muito próximo da soma do volume a ser exportado em 2015 e do consumo interno, que totaliza aproximadamente 55 milhões de sacas.
“Deve haver uma redução um pouco maior (na exportação) no primeiro semestre do ano que vem”, afirmou Braga, comentando a oferta apertada no início de 2016.
Os embarques brasileiros no primeiro semestre de 2016, portanto, ficariam inferiores às 17,6 milhões de sacas do mesmo período deste ano, de acordo com dados do Cecafé.
De janeiro a agosto, as exportações brasileiras atingiram 23,4 milhões de sacas, queda de 1,2 por cento ante o mesmo período do ano passado, segundo o Cecafé.
Fonte: Reuters Brasil