Para ele, um acordo entre a União Européia e o bloco sul-americano está entre as prioridades. Segundo o ministro, desde março, sua equipe tem dado “prioridade absoluta” ao mercado americano, que foi o maior comprador de produtos manufaturados brasileiros em 2014.”O Brasil fez uma construção importante na questão do Mercosul; foi uma longa construção institucional. Nós ainda reconhecemos o Mercosul como algo importante, mas o Mercosul não pode se constituir numa trava para [impedir] que o Brasil busque um padrão de inserção em outros blocos econômicos.”
Depois, ao responder a perguntas da plateia, o ministro afirmou que os acordos do Mercosul não colidem com negociações com outros países. “O Brasil pode, de algum modo, caminhar mesmo com as limitações que são impostas pelo Mercosul. Nosso casamento é indissolúvel, mas é sempre importante discutir a relação”, afirmou.
De acordo com o ministro, o comércio exterior é uma forma de aumentar a competitividade das empresas brasileiras, porque empresas capazes de exportar se tornam mais competitivas.
Ele reconheceu que a indústria sofreu nos últimos anos com a valorização do real, mas ressaltou que, no momento, o câmbio está mais favorável. “O câmbio nos oferece uma certa janela de oportunidade. Não quero supervalorizar, porque ainda há uma apreciação, mas o fato é que ele flutuou mais, e essa flutuação vai compensar dificuldades e custos sistêmicos, que são muito altos. Temos que aproveitar esse canal [do comércio exterior].”
Armando Monteiro disse ainda que a valorização das commodities (produtos básicos com cotação internacional) nos últimos anos gerou uma acomodação no país, que se beneficiou com a alta de preços de minérios e produtos agrícolas, por exemplo.
“O Brasil viveu um superciclo das commodities, que produziu uma situação de acomodação. Muitos imaginaram que o Brasil havia contratado a prosperidade de forma definitiva. No entanto, o ciclo passou, ou está passando em certa medida”, disse ele, e acrescentou: “Está na hora de o Brasil voltar-se para os seus desafios, os que ainda estão aí e permanecem: uma agenda de reformas inconclusas – portanto, sem as reformas – e uma melhoria no ambiente macroeconômico, o Brasil não terá condições de retomar o seu processo de crescimento.”
Fonte: Agência Brasil